A 29ª Promotoria de Justiça de Teresina, com atribuições em defesa da saúde pública, expediu recomendação administrativa à Secretária Estadual de Saúde, à presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (SIMEPI) e ao presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), para evitar que a paralisação dos médicos vinculados à Secretaria Estadual de Saúde provoque danos irreversíveis à população. O Ministério Público recomendou que as entidades envolvidas procurem um entendimento rápido, porque o prolongamento ou a repetição da greve podem expor pacientes a risco de óbito ou a sofrimento intenso. 

Para o Hospital Getúlio Vargas e o Hospital da Polícia Militar são transferidos pacientes do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), geralmente para realização de procedimentos cirúrgicos. Desde o início da paralisação até o dia 30 de novembro, não haviam sido realizadas cirurgias no HGV, e apenas quatro pacientes foram transferidos para o HPM. A situação se agrava porque apenas no HGV são realizados procedimentos de alta complexidade, como cirurgias para aneurisma e a coluna vertebral. A paralisação ainda aumenta a demanda do já sobrecarregado HUT, já que ele passa a ser procurado não somente em casos de urgência, mas também por pacientes com doenças crônicas.

A Secretaria de Saúde, de acordo com o conteúdo da recomendação, deve adotar todas as medidas para garantir a continuidade dos serviços de atendimento no HGV e no HPM, além de informar aos grevistas que a omissão no tratamento de pessoas em risco pode acarretar responsabilização criminal, civil, administrativa e ética dos responsáveis. A FMS foi orientada a reportar ao Ministério Público os procedimentos médicos de urgência ou emergência que deixarem de ser realizados em virtude da atual greve dos médicos, bem como os óbitos de pacientes que esperavam por tratamento durante o período da paralisação.