O Ministério Público ingressou com ação civil pública contra o prefeito do Município de Currais, em razão de atos de improbidade administrativa constatadas através de investigação. Em março de 2011, vereadores procuraram a Promotoria de Justiça de Bom Jesus para apresentar denúncias que indicavam danos ao patrimônio público e desrespeito aos princípio da administração pública. Foi instaurou inquérito civil e concedida oportunidade para que o prefeito se defendesse. Alguns pontos não foram devidamente esclarecidos, entre eles distorções em processos de compra de materiais e contratação de serviços. A soma de prejuízos ao erário resulta, no mínimo, em R$ 100.00,00.
A Prefeitura de Currais pagou uma empresa em contraprestação a serviços, sem que fosse aberto procedimento licitatório. Foram realizadas aquisições durante vários meses seguidos e em valores diversos, sendo que a maioria ultrapassa os R$ 10.000,00. Em 2009, embora o ano letivo das escolas públicas municipais tenha se iniciado só em março, estão registrados gastos com aluguel de veículos para transporte escolar nos meses de janeiro e fevereiro. Em abril do mesmo ano, foi emitida nota de empenho para pagamento de um fornecedor de merenda escolar, no valor de R$25.611,25, mas a empresa só foi apresentada como vencedora da licitação correspondente no dia 16 de junho. Ainda foram detectados pagamentos duplicados: a prefeitura pagou R$ 20.052,57 a uma pessoa física pelo serviço de rebaixamento e alargamento da ladeira da estrada do povoado Boca da Catinga. No mesmo dia foi pago à mesma pessoa o valor de R$ 23.882,35, como primeira prestação pelo serviço de recuperação da estrada e rebaixamento de três ladeiras no Povoado Santo Antônio. Ocorre que uma lei municipal promulgada em 2005 atribuiu o nome “Povoado Santo Antônio” ao Povoado Boca da Catinga.
Todos os fatos apontados configuram fraude, e por isso o Ministério Público requereu a decretação da indisponibilidade dos bens do prefeito e o bloqueio de todas as contas de poupança, fundo de investimento ou qualquer outra atividade financeira. O DETRAN deve ser oficiado para decretar a indisponibilidade de todos os automóveis do gestor.