Desde a criação do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), a equipe multidisciplinar do núcleo (os promotores de Justiça Francisco de Jesus Lima e Maria do Amparo Sousa, uma assistente social e uma psicóloga) perceberam que só medidas repreensivas não são suficientes para combater a violência, mas a educação deve ser a base, como medida preventiva.
Desse modo, foi criado o projeto Lei Maria da Penha nas Escolas, que tem como principal objetivo a transformação dos valores que colocam a mulher em papéis subordinados. São abordados temas como o papel da mulher na sociedade, conquista de direitos, o histórico de lutas que resultou no Dia Internacional da Mulher.
A equipe multidisciplinar acredita que só com mudanças na base vai atingir a raiz do problema. Por isso, o tema é abordado primeiro com os professores, para que eles sejam multiplicadores, levando a discussão aos seus alunos até que ela chegue às famílias. São realizadas palestras com professores e alunos em escolas públicas da capital. As primeiras já aconteceram ontem (01/08), na Unidade Escolar Frei Heliodoro.
O promotor Francisco de Jesus Lima afirma que “o Ministério Público ganhou um papel social preponderante de guardião da sociedade. Para prevenir delitos da Lei Maria da Penha, resolvemos sair do gabinete e praticar uma justiça de calçada.”
Durante as falas sobre violência doméstica, alguns temas transversais são discutidos, como drogas, álcool, acessibilidade, improbidade administrativa, sucateamento das escolas e outros assuntos que embora não sejam o conteúdo principal da palestra, são também de responsabilidade do Ministério Público e têm relação com direta ou indireta com a violência doméstica.