O Ministério Público do Estado do Piauí trabalha em defesa da mulher, promovendo atividades preventivas que incluem diversas campanhas de conscientização e projetos educativos. A atuação no âmbito criminal também ganha destaque, pois os membros da instituição zelam para que os agressores sofram as sanções previstas em lei, de modo que os crimes de gênero não fiquem impunes.

O Tribunal Popular do Júri de Piripiri condenou Gleidson Breno Santos Ferreira, conhecido como Dudu, a uma pena de 64 anos, 9 meses e 7 dias, pelo assassinato de sua ex-namorada, de apenas 15 anos, no dia 21 de agosto de 2013, na localidade Pedreiras, zona rural do município de Piripiri.
Segundo relatou a representante do Ministério Público, promotora de justiça Everângela Araújo Barros Parente, na ocasião, “Dudu” matou a ex-namorada, mãe de um filho seu, com três disparos de arma de fogo, sendo dois deles na cabeça. Também de acordo com a promotora, para concretizar o delito, o denunciado tentou tirar a vida da mãe da sua ex-namorada, que levou um tiro na perna, e ainda disparou tiro contra o irmão da vítima.
Antes, o denunciado havia subtraído uma arma de fogo do tipo revólver calibre 38 de um vigilante usando de um punhal contra o pescoço da vítima. Usando a mesma arma, Gleidson, subtraiu uma motocicleta, tendo, inclusive, efetuado disparo de arma de fogo contra a vítima, embora não tenha acertado. A arma foi usada na execução da adolescente e a motocicleta usada na fuga.
A adolescente, há mais de um ano, não mantinha mais relacionamento com o denunciado, que, por sua vez, não se conformava em vê-la mantendo relacionamento com outra pessoa. Segundo a representante do Ministério Público, o crime não foi fruto de uma ação impulsiva, “mas um delito planejado, arquitetado e alicerçado no egoísmo do denunciado que pouco se importou com os sentimentos da vítima e de sua família, colocando seus desejos e frustrações como justificativa para ceifar a vida da mãe de seu filho, tendo cometido um crime bárbaro e que causou grande comoção popular”.
Gleidson Breno Santos Ferreira foi condenado por homicídio duplamente qualificado, duas tentativas de homicídio qualificado e dois roubos com causa de aumento na pena. O Conselho de Sentença foi formado por sete cidadãos sorteados. O juiz Francisco João Damasceno prolatou a sentença após quase 10 horas de coleta de provas e debates entre Ministério Público e advogado de defesa.