Pessoas sentadas em auditório

 
 
O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) preparou uma manhã de homenagens à Promotora de Justiça Leida Maria Oliveira Diniz. O evento aconteceu nesta terça-feira (31), no auditório do edifício sede das promotorias e procuradorias de Justiça do órgão ministerial, na zona Leste de Teresina e reuniu membros do MPPI e de organização de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes.
 
Membro desde 1989, a promotora de Justiça Leida Maria de Diniz se despede do Ministério Público do Piauí, onde atuou nas Promotorias de Porto, Nossa Senhora dos Remédios, José de Freitas, Capitão de Campos, Barras e Teresina. “Não sei nem como fazer esse discurso de despedida, na minha própria casa”, declarou a promotora ao iniciar seu discurso de gratidão, após as inúmeras homenagens recebidas. 
 
A promotora de Justiça afirmou que está se despedindo do Ministério Público para voltar às origens dos movimentos populares. “Estou despedindo deste órgão público para voltar para as minhas origens, os movimentos sociais, sindicais e populares. A nossa fala, portanto, é um grito de resistência”, declara. “Todos sabem da minha repulsa com as injustiças, com a violência, com a guerra contra a infância, a guerra da fome, a guerra da prostituição, do trabalho forçado e escravo. A desigualdade social, a concentração da riqueza nas mãos de uma minoria; o racismo, a xenofobia, os assassinatos de lideranças de trabalhadores rurais, indígenas, religiosos, pescadores, quilombolas; populações discriminadas por questões de gênero, sexo, crenças e cultura”, acrescenta. 
 
 
foto de perfil de uma mulher sentadas em uma cadeira
 
 
Leida Diniz compartilhou algumas reflexões sobre suas angústias, certezas e incertezas, ao longo de sua trajetória no mundo jurídico, como advogada e como Promotora de Justiça e agradeceu a todos que estiveram com ela nessa caminhada. “Permitam-me começar pela forma que eu deveria terminar, com os agradecimentos. Agradecer a Deus pela oportunidade de viver esses anos, na labuta em busca da justiça, dos direitos dos perseguidos, dos indesejados. Recebam todos os meus agradecimentos. A homenagem é de quem homenageia, sou apenas um dos atores no palco”, ressaltou. 
 
E encerrou sua fala com os versos de Thiago de Melo: “Pois aqui está a minha vida. Pronta para ser usada. Vida que não se guarda Nem se esquiva, assustada. Vida sempre a serviço da vida. Para servir ao que vale a pena e o preço do amor. Ainda que o gesto me doa, não encolho a mão: avanço levando um ramo de sol”.
 

Duas pessoas de pé se abraçando

 

Leida Diniz atuou como advogada no Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese da Paraíba (1982- 1986) na defesa dos perseguidos na Ditadura Militar e na FETAG/PI- Federação dos trabalhadores na Agricultura (1986-1988). Auxiliou na defesa dos pequenos produtores rurais, em defesa da terra e da agricultura familiar. Foi assessora da CPT/PB e fundadora da Sociedade de Assessoria aos Movimentos Populares e Sindical (SAMOPS).
 
 

Pessoas de pé