Habilidades sociais e autocontrole. Esse foi o tema do 5º Módulo da segunda edição do Projeto Reeducar, realizado nesta terça-feira (23). Desenvolvido pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), por meio da 10ª Promotoria de Justiça – integrante do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica (NUPEVID), o projeto trabalha com 15 homens que respondem judicialmente pelo crime de violência doméstica. 

A exemplo deste módulo, são abordados, durante nove meses, temas que estimulem a reeducação dos participantes com relação a ideais de relações de gênero, machismo e violência. 

“O Reeducar tem por finalidade principal fazer com que aquele homem já envolvido em situação de violência contra a mulher não repita o mesmo erro, não reincida no crime. Para isso, nós trabalhamos com abordagens que vão desde o emocional e afetivo a questões de âmbito cultural”, explica a promotora de Justiça Amparo Paz, coordenadora do projeto. 

Para R.C.B, um dos reeducandos, a proposta tem surtido efeitos positivos nas relações interpessoais. “Antigamente, no relacionamento eu era uma pessoa muito mais ciumenta e possessiva mesmo, admito. E hoje em dia, não. Acredito que eu mudei muito e estou aprendendo aqui no Reeducar a ter respeito”, afirma.  

A psicóloga Kelen Cristina Costa Viana, do Centro de Referência Esperança Garcia, destaca a importância das habilidades sociais para a resolução de conflitos. “Para mim, que atendo mulheres vítimas todos os dias, estar com os homens, possíveis agressores, é ter a oportunidade de ver o outro lado e fazer um paralelo dessa relação conflitual. A comunicação precisa estar presente e o diálogo tem que ser trabalhado nas relações familiares”, finaliza.