Pessoas sentadas em volta de uma mesa

 

 

A promotora de Justiça Maria das Graças do Monte Teixeira, titular da 32ª Promotoria de Justiça de Teresina, realizou audiência atendendo a um requerimento realizado pelos diretórios acadêmicos das Universidades Federal (UFPI) e Estadual do Piauí (UESPI), que solicitaram uma reunião com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina (STRANS) para discutir a carta de reivindicação. No documento, os estudantes elencaram cerca de 20 propostas de mudança no transporte público da capital piauiense. A audiência foi realizada na sede do Ministério Público Estadual, na zona leste de Teresina.

 

Dentre os problemas relatados pelos estudantes estão: atrasos nas linhas dos ônibus, insegurança nas paradas e dentro dos próprios veículos, extinção de linhas sem publicização do fato. Os membros do DCE/UESPI destacaram a dificuldade de locomoção por conta das linhas disponibilizadas para atender aos dois campi: Poeta Torquato Neto, no bairro Pirajá, e Clóvis Moura, na região do Dirceu Arcoverde, zonas norte e sudeste de Teresina. Relataram também a dificuldade dos estudantes do turno noturno em pegar ônibus no horário de 21h-22h.

 

A titular da 32ª Promotoria de Justiça, ao ouvir os pontos colocados pelos estudantes, sugeriu ao representante da STRANS a disponibilização de linha telefônica para que fossem informados os horários de chegada e de saída dos ônibus, tal como ocorre com outros estados. Francisco Nogueira, gerente de planejamento da STRANS, apresentou o número 0800 086 3122, por meio do qual pode ser feito esse tipo de atendimento. A promotora destacou que eventual mudança de linhas deve ser divulgada com pelo menos um mês de antecedência, com ampla disponibilização de informações à população. Foi ressaltada pela promotora de Justiça a necessidade da prestação de um atendimento mais humanizado por parte dos funcionários do transporte público, em especial para pessoas com deficiência e idosas. Destacou o exemplo de outros estados, nos quais foi feito treinamento com os trabalhadores para o atendimento a esse público.

 

Sobre as dificuldades apresentadas, Francisco Nogueira explicou que a Prefeitura de Teresina tem monitorado o sistema de transporte público, para promoção de melhorias. Uma das soluções consiste na assinatura de um acordo com o aplicativo colab, que oferece um protocolo de denúncia que é encaminhado à prefeitura, podendo o usuário acompanhar o andamento da mesma e verificar as providências que estão sendo tomadas para resolver o problema.

 

O representante da STRANS afirmou que a ampliação do horário do transporte coletivo precisa ser negociada com o sindicato dos empresários, motoristas e cobradores, isso porque envolve questões trabalhistas, uma vez que a demanda após as 22h é baixa. Sobre o aumento do número de carros circulando em horários de pico, Nogueira informou que já houve ampliação, mas que ainda são necessárias melhorias. Ao todo, atualmente circulam 442 ônibus de transporte coletivo na capital.

 

Sobre a possibilidade de ser realizada integração entre as linhas circulares e as demais, o representante da STRANS disse que só terá condição de avaliar tal medida após modificações nos terminais. Em relação ao funcionamento de linhas diretas dos terminais para as universidades, não há previsão, porque tal alteração feriria o sistema de integração. Poderá ser avaliada futuramente alguma mudança, depois de realizado estudo.

 

Atualmente, são 50 fiscais atuando no sistema de transporte; o Centro de Processamento de Dados opera com oito pessoas. Está em fase de construção a sede do CMCO (Centro de Monitoramento e Controle Operacional).

 

A STRANS tem um prazo de 30 dias para realizar um estudo sobre a manutenção da linha 730 (Primavera – UFPI). Os resultados deverão ser encaminhados à 32ª Promotoria de Justiça, com sugestões dos estudantes que são atendidos pela linha.