Mulher segurando microfone olhando para plateia

Psicóloga Elis Regina Cornejo

 

Em alusão ao Dia Municipal de Posvenção do Suicídio, lembrado nesta sexta-feira(17), o Ministério Público do Estado do Piauí(MPPI) realizou, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), do Comitê de Saúde e Qualidade de Vida(SQVT), do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) e do Grupo Vida que Segue – formado por pais que perderam seus filhos por suicídio, a palestra “Superando a dor e ressignificando a vida”, com a psicóloga Elis Regina Cornejo.

Tela de televisão com dados sobre suicídio

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o suicídio, em todo o mundo, acomete mais de 800 mil pessoas por ano, e é a segunda maior causa de morte no planeta entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para a violência urbana. Esse dado foi apresentado pela psicóloga Elis Regina Cornejo que coordena o Grupo de Apoio aos Sobreviventes Enlutados pelo Suicídio – Vita Alere, em São Paulo, e integra a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio(ABEPS).

Mulher falando para plateia de auditório

“O suicídio é um fenômeno que ao longo dos séculos, da nossa história ocidental, ele foi se desenvolvendo como tabu. Associado a esse tabu, tem o tabu da morte. É importante que a gente entenda que, socialmente, nós fomos atribuindo características para esses fenômenos que culminaram na interdição da morte, na interdição do suicídio. E é importante que a gente entenda de que maneira isso influencia alguém, para que tenhamos o cuidado apropriado com os enlutados do suicídio”, alertou Elis Regina.

Um dado alarmante é que no Piauí a taxa de suicídio é 57%, maior que a nacional. Diante dessa realidade do Estado, e em particular de Teresina, a Câmara Municipal aprovou em 2018 a Lei Nº 5.156, que instituiu o Dia Municipal de Posvenção do Suicídio. A Lei, que também é conhecida com “Lei Jordana”, instituiu o dia 17 de maio como o dia de Posvenção do Suicídio( suporte ao luto e a prevenção do suicídio aos enlutados e suas futuras gerações). Jordana Soares era estudante de enfermagem e aos 21 anos se suicidou.

Mulher falando para plateia de auditório

A mãe da jovem, Leidinalva Soares, após perdê-la, pensou também nas muitas famílias enlutadas pelo suicídio. Dessa reflexão, nasceu o primeiro grupo de posvenção do suicídio na capital do Piauí: o Grupo Vida que Segue.

“Essa temática é cheia de tabus. A sociedade tem dificuldades de enfrentar, embora os dados municipais mostram que os índices só crescem. O poder público e a sociedade de um modo geral deveriam estar mais atentos para essas questões. Depois da minha experiência, resolvi falar abertamente sobre isso e mobilizar a sociedade para que possamos, juntos, militar em relação às leis, políticas públicas que deem conta dessa demanda, na perspectiva da prevenção e da posvenção, que é o contexto em que eu vivo”, conta Leidinalva Soares.

Também participaram da palestra, a subprocuradora-geral de Justiça do Estado do Piauí, Martha Celina; a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA), Denise Aguiar – representando a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação e Cidadania (CAODEC), Flávia Gomes, a Analista Ministerial de Psicologia Liandra Nogueira, entre outras autoridades.

O evento contou com o apoio da Liga Acadêmica de Suicidologia do Piauí( LASPI); do Centro de Valorização da Vida(CVV); do Centro Débora Mesquita(CDM) e da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídio(ABEPS).

Frase vida que segue

 

Mulheres compondo mesa de horna

Homem tocando violão

Promotor de Justiça aposentado Walter Henrique 

Material explicativo sobre mitos e verdades do suicídio

 

Mulher falando para plateia de auditório

Mulher recebendo certificado