O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Piauí, cumpriu mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (3), em apoio à 3ª fase da Operação Barão Vermelho deflagrada pelo Ministério Público do Maranhão. Realizada também com a colaboração do Ministério Público da Paraíba, a operação dá continuidade à desarticulação de uma organização criminosa com atuação nos três estados.

Nesta etapa da operação, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão e 3 de interdição de pessoas jurídicas, com a suspensão das atividades de empresas, sendo duas delas de grande porte, localizadas na capital piauiense. Em Teresina, o Gaeco/MPPI cumpriu 4 mandados de busca e apreensão, dentro de um total de 16 expedidos para a cidade.

A Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados, atendendo a pedidos do Gaeco, determinou o bloqueio e a indisponibilidade de bens relacionados aos delitos investigados, incluindo imóveis, veículos, embarcações e aeronaves de propriedade ou na posse dos representados, pessoas físicas e jurídicas.

A promotora de Justiça Lenara Porto, coordenadora do Gaeco/MPPI, falou sobre a participação do MPPI na operação, destacando o cumprimento dos mandados e a apreensão de bens usados pela organização para a lavagem de capitais. “Na ocasião foram identificados e apreendidos veículos, joias, relógios de alto valor, e tudo isso relacionado a atividades ilícitas que estão sendo investigadas”, comentou a promotora.

Segundo o promotor de Justiça Francisco Fernando de Morais, integrante do núcleo regional do Gaeco/MPMA, com a operação, foi realizada uma investida contra a ação de lavagem de dinheiro empreendida do grupo criminoso: “Os alvos variaram de acordo com a função que cada um exerce dentro da organização criminosa: alguns atuam fortemente como “laranjas”, outros coordenando a lavagem, agiotagem, outros com a parte de agressão, violência, inclusive realizando cobranças, pressionando desafetos e até mesmo integrantes do grupo que não prestavam contas. Foi uma operação bastante ampla”, afirmou.

A primeira fase da operação ocorreu em 2023, quando o Gaeco identificou uma organização criminosa altamente estruturada, com ações sofisticadas, especialmente no que diz respeito ao esquema de lavagem de capitais. As investigações revelaram movimentações financeiras vultosas entre pessoas físicas e jurídicas envolvidas, além de saques bancários de valores expressivos, o que chamou a atenção das autoridades.

As apurações apontaram que a organização criminosa, além de atuar no tráfico de drogas, também opera com falsificação de documentos de veículos, receptação de cargas roubadas ou desviadas, receptação de ouro de origem ilícita, agiotagem, entre outros crimes.

A operação desta quarta-feira contou com o apoio do Icrim-MA, Gaeco/PI, Gaeco/PB, Polícias Militares do Maranhão e do Piauí, além das Polícias Civis do Piauí, Maranhão e Paraíba (Draco). Ao todo, participaram da ação 190 agentes públicos e integrantes das forças de segurança.