O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da promotora de Justiça Karla Daniela Carvalho, Coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), participou nessa segunda-feira (29), de audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) para discutir o o atendimento a pessoas em situação de sofrimento psíquico, bem como o número alarmante de casos de suicídios no estado. O momento reuniu técnicos da área de saúde mental, parlamentares e membros de associações de apoio.

Em sua fala, a promotora de Justiça Karla Daniela apresentou gráficos detalhados que mostram a quantidade de centros de atenção psicossocial e os procedimentos realizados em cada município.

“É de conhecimento público que o modelo de saúde atual ainda é muito frágil, especialmente considerando a complexidade do enfrentamento ao suicídio. Contudo, é fundamental que esse enfrentamento comece a ser efetivamente implementado. Para isso, é necessário investir na busca ativa das pessoas em risco, fortalecer as redes de atendimento e avançar na informatização dos serviços, garantindo um prontuário eletrônico integrado entre os centros de atenção psicossocial e os hospitais”, afirmou a promotora Karla Daniela Carvalho.

A representante do MPPI também enfatizou aos presentes que os dados apresentados na audiência serão atualizados a cada três meses, reforçando a transparência e a avaliação contínua do trabalho de acompanhamento.

Durante a audiência, também foi discutida a implementação, junto à Assembleia Legislativa, de uma assessoria especializada em prevenção ao suicídio. O projeto conta com políticas públicas como sistemas de informação, instituições com ambientes adequados ao trabalho com o paciente, produção de mídias, uso de inteligência artificial na prevenção do suicídio no estado, e a criação de uma sede para a Associação “Vida que Segue”, em Teresina.

“Precisa-se pleitear sobre o luto por suicídio ser uma questão de saúde pública. A perda por suicídio tem alto impacto emocional, social e psicológico nas famílias e comunidades. O silêncio e o estigma dificultam o acesso à ajuda”, ressaltou Regina Reis, presidente do Instituto “Vida que Segue”.