Promotores de Justiça e membros da Polícia Civil

O Ministério Público do Piauí realizou, na manhã desta sexta-feira (3), entrevista coletiva sobre a Operação Sesmaria, que resultou nas prisões temporárias do juiz aposentado Cícero Rodrigues Ferreira Silva, dos advogados Lincon Hermes Saraiva Guerra e Manoel de Sousa Cerqueira Júnior, além do engenheiro agrimensor José Robert Leal Rocha, por grilagem de terras.

 

Segundo levantamento realizado, as 4 áreas equivalem a 24 mil hectares de terra nos municípios de Canto do Buriti, Gilbués e Cristalândia. A Corregedoria do Tribunal de Justiça do Piauí anulou todos os títulos que foram emitidos de forma fraudulenta.

 

A entrevista coletiva foi realizada na sede do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ), com a participação do Coordenador do GAECO, Rômulo Cordão, e do Promotor de Justiça titular do município de Canto do Buriti, José William Pereira Luz. Também contou com a participação do Delegado Geral da Polícia Civil, Riedel Batista, e do Delegado Regional de Canto do Buriti, Yan Braynner. A Polícia Civil atuou em parceria com o MPPI nessa ação, que também contou com o apoio da Polícia Militar.

 

O Coordenador do GAECO explicou durante a entrevista que era solicitada, por meio de ações, a retificação de terras. Ao entrarem com os pedidos, os advogados requisitavam que o Ministério Público do Piauí (MPPI) e o Instituto de Terras do Piauí (INTERPI) não fossem ouvidos e não participassem nas ações. Também informavam a inexistência de confrontantes.

Entrevista Coletiva

 

Durante a coletiva, o Promotor de Justiça José William Pereira Luz enfatizou que a participação do juiz aposentado foi essencial para que as ações de retificação de terras fossem concedidas. Frisou ainda que a localidade estava com investimentos do Governo Federal, como as obras da ferrovia Transnordestina, que passaria pelo local e tinha previsão de conclusão para o ano de 2010.

 

Os investigados passaram por exames no IML (Instituto Médico Legal) e permanecerão presos temporariamente por 5 dias, caso não seja solicitada a prisão preventiva dos envolvidos, que estão à disposição da Justiça, detidos na sede do Corpo de Bombeiros. Os crimes previstos são de associação criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva.

 

O MPPI tem outras outras operações em andamento pra investigar a grilagem de terras em todo Estado do Piauí.