Imagem de homem no grupo do Reeducar.

 

Aconteceu, nesta terça-feira (24), o 8º módulo do programa “Reeducar: o homem no enfrentamento à violência doméstica e familiar”. O projeto é conduzido pela 10ª Promotoria de Justiça, órgão de execução do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), do Ministério Público do Piauí.

 

Desenvolvida ao longo de nove módulos, um a cada mês, com homens que respondem judicialmente pela Lei Maria da Penha, a iniciativa busca promover a reflexão e consequente mudança de comportamento sobre a cultura machista e de desigualdade de gênero. Durante os módulos são trabalhados temas como: Lei Maria da Penha, papéis sociais de gênero e saúde do homem, que ajudam a desconstruir estereótipos sociais.

 

“Nós sabemos que o contexto social e cultural é um fator que alimenta a violência contra a mulher e o machismo, então a ideia é fazê-los primeiro enxergar essa vivência, as condições desiguais e que desfavorecem certos grupos da sociedade e, assim, oportunizar a mudança de comportamento e de ideais. Este é um processo, inclusive, previsto na Lei Maria da Penha, o de inserção desses homens em grupos de reflexão e ressocialização”, afirma a promotora de Justiça e coordenadora do Reeducar, Amparo Paz.

 

Promotora de Justiça Amparo Paz

 

Com o objetivo de analisar o desenvolvimento do grupo, este módulo foi marcado pelos depoimentos dos próprios participantes acerca da sua avaliação sobre o projeto. “Quando eu fui incluso no projeto, vi como uma punição. Então eu fui pesquisar sobre a Lei Maria da Penha e vi que não era uma punição, mas algo para melhorar o meu convívio tanto na sociedade quanto em relacionamentos afetivos. Fui pesquisar sobre a Lei Maria da Penha porque eu achava uma injustiça feita aos homens, apenas com intuito de puni-los, mas hoje eu vejo que é uma proteção à mulher, dentro dos seus direitos como ser humano”, destaca K.L.S, participante do Reeducar.

 

Projeto para as mulheres

 

A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, por meio do Centro de Referência Esperança Garcia, em parceria com a 10ª Promotoria de Justiça – NUPEVID (MPPI), está planejando a execução de um projeto voltado para mulheres que já sofreram violência doméstica e familiar.

 

A ideia é oportunizar um espaço de diálogo e reflexão entre as mulheres, parecido com o que é desenvolvido no Reeducar, em que serão debatidas questões pertinentes à vivência delas. O projeto aconteceria em consonância com o programa Reeducar, visto que as mulheres participantes serão as requerentes dos processos judiciais aos quais os homens respondem.