O Ministério Público do Piauí (MPPI), por meio do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), encerrou nesta segunda-feira (02), a 8ª edição do Programa Reeducar, coordenado pela promotora de Justiça Amparo Paz. O programa é voltado à sensibilização e responsabilização de homens envolvidos em situações de violência doméstica.

O encontro final, correspondente ao 10º módulo do ciclo, teve como tema “Travessias de si: reconhecer, reparar, reconstruir”, promovendo uma reflexão profunda sobre comportamentos, vínculos, responsabilização e possibilidades de transformação pessoal. A atividade foi mediada pela professora doutora Leila Medeiros, que conduziu dinâmicas e diálogos que estimularam a compreensão de sentimentos e emoções.

Durante a mediação, a professora Leila destacou a importância de reconhecer a formação da personalidade e sua relação com comportamentos cotidianos, enfatizando que o objetivo do encontro não é justificar atitudes violentas, mas promover consciência e mudança. Em sua fala, afirmou “a proposta não é buscar justificativas para comportamentos violentos, mas ajudar cada homem a compreender como seus modos de pensar, sentir e reagir foram construídos ao longo da vida e como podem ser reconstruídos. Personalidade não é sentença: é formada por temperamento, ambiente e escolhas”, disse.
A promotora de Justiça Amparo Paz, coordenadora do programa, destacou a relevância da iniciativa para o enfrentamento à violência doméstica. “O Reeducar é construído por muitas mãos e reúne instituições comprometidas com a mudança real. Nosso objetivo é possibilitar que esses homens reflitam sobre suas ações, compreendam seus impactos e se tornem agentes transformadores em suas relações e comunidades”, explicou.
Ao longo de seus módulos, o Programa Reeducar integra saberes da Psicologia, do Direito e das Ciências Sociais, trabalhando temas como masculinidades, comunicação não violenta, prevenção à reincidência, vínculos familiares, responsabilização e alternativas de resolução de conflitos. A metodologia empregada busca romper ciclos de violência a partir da mudança de percepções, atitudes e comportamentos dos participantes.



