A Fundação do Banco de Olhos do Piauí (FUBOPI) realizou nesta quinta-feira (07) em Teresina a abertura do curso de Formação para Obtenção de Tecido Ocular Humano para Transplante. O promotor de Justiça Eny Vieira Pontes, titular da 29ª Promotoria de Justiça de Teresina, representou o Ministério Público do Piauí (MPPI) no evento.

Segundo dados da FUBOPI, existem hoje no Piauí 428 pessoas que aguardam por um transplante de córnea, com tempo de espera de mais de um ano. A Fundação foi criada com a finalidade de implantar e manter um banco de olhos para fins de transplante e, para isso, promove cursos e campanhas de conscientização sobre o tema.

O promotor Eny Pontes afirmou que o Ministério Público do Piauí atua desde a constituição do Banco de Olhos do Piauí, fiscalizando e acompanhando o cumprimento dos requisitos necessários para o funcionamento da instituição. Como gerente e idealizador do projeto “Doando Vidas” do MPPI, que tem o objetivo de elevar os números de doações de órgãos no estado, o promotor afirmou que a primeira etapa foi voltada apenas para transplantes de rins. “Mas agora o projeto cresceu e inclui também o incentivo às doações de córneas aqui no Piauí”, pontuou.

O curso foi destinado a profissionais da área da saúde que trabalham em hospitais da rede municipal, como enfermeiros, médicos, assistentes sociais e diretores. “É importante que esses profissionais entendam como funciona hoje a legislação no país, para saber como abordar a família e conduzir da melhor forma os procedimentos que antecedem a retirada da córnea para transplante”, afirmou a coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Maria de Lourdes Veras.

O presidente da Fundação do Banco de Olhos do Piauí, Mateus Martins Cortez Vilar, explica que o mais importante quando se fala de doação é demonstrar a vontade de ser doador em vida porque, depois da morte, quem responde pelo familiar é o parente vivo, ou seja, o pai, a mãe, o filho ou o cônjuge. “Então, se a pessoa tem vontade de ser doador, isso deve ser dito e respeitado pela família”, esclareceu.

O médico explicou ainda os critérios de seleção e exclusão de possíveis doadores. “Nem todo mundo que morre pode doar. Pessoas muito jovens, abaixo de seis anos não é indicado. Pessoas idosas, acima de setenta anos, também não”, esclareceu. Outro fator excludente é o tempo do óbito, já que a retirada da córnea não pode ultrapassar seis horas após o falecimento, entre outros.