Os Ministérios Públicos do Estado do Piauí (MPPI) e do Maranhão (MPMA) realizaram na manhã desta quarta-feira (30) o curso “Investigação: Noções básicas”. A capacitação ocorreu no auditório do edifício sede das Procuradorias e Promotorias de Justiça, do órgão ministerial piauiense, situado na zona leste de Teresina. Promotores de Justiça e servidores das duas instituições participaram do curso.
O curso foi ministrado por três palestrantes: o promotor de Justiça Marco Aurélio Rodrigues, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Maranhão (GAECO/MA); e os analistas ministeriais Diego Goés, com cursos na área de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, análise de crimes financeiros e crimes de informática; e André William, pós-graduado em inteligência de Estado e Segurança.
Representando o Procurador-Geral de Justiça, Cleandro Moura, a promotora de Justiça Cláudia Seabra, que é chefe de Gabinete da PGJ, saudou os palestrantes e participantes do curso. “É uma grata satisfação receber os colegas do vizinho Estado do Maranhão para falar de uma temática de bastante relevância para sociedade brasileira. Sem dúvida, o enfrentamento à corrupção e a improbidade administrativa deve ser uma política estratégica do Ministério Público brasileiro. Isso porque a corrupção mina a dignidade, deteriorando a democracia e os serviços públicos”, afirmou.
A Constituição Federal de 1988 conferiu ao Ministério Público um elenco de funções institucionais podendo atuar, através de procedimentos administrativos próprios, com poderes de notificação, requisição, especialmente em delitos praticados por grupos criminosos detentores de poder político e econômico.
O coordenador do GAECO do MP do Maranhão, Marco Aurélio Rodrigues, falou de operações e mecanismos usados em operações de combate a crimes como: desvios de verbas públicas; sonegação fiscal; entre outros. “Nós estamos trabalhando nesse sentido de que todos os membros do Ministério Público tenham uma visão do que é a investigação no âmbito do Ministério Público e as formas de trabalhar com isso de forma segura para proteção da investigação e do próprio membro. Nós estamos fazendo um trabalho com as instituições na troca de experiências, informações e vivências sobre boas práticas de investigação”, enfatizou o promotor de Justiça.
Já o especialista Diego Goés apresentou aos participantes a possibilidade de coletar informações em fontes abertas, como redes sociais, portais da transparência e outras fontes de dados público.
Por último, o analista ministerial, André Vila Nova, que atua no GAECO do MPMA, abordou o uso da quebra de sigilo bancário em procedimentos investigatórios. “O poderio econômico é um dos pilares do crime organizado. Então, muitas vezes o próprio fim do crime organizado é a obtenção do poderio econômico e a prova disso é que tudo passa necessariamente por uma conta bancária, por uma movimentação bancária, compra de ativos. Então, temos observado que trabalhar com quebra de sigilo bancário é o coração de um processo de investigação de organizações criminosas”, disse.