Pessoas sentadas enquanto duas mulheres estão de pé falando

 

 

“A minha vida, com certeza, mudou muito. E para melhor”. A afirmação é de C. H. M. M., participante do Projeto Reeducar, durante encontro realizado nesta terça-feira (25).

 

O projeto, desenvolvido pelo Ministério Público do Piauí,  por meio da 10ª Promotoria de Justiça, órgão integrante do Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), tem como objetivo promover a reeducação de homens envolvidos em situação de violência, a fim de evitar a reincidência no crime.

 

Neste encontro – penúltimo de uma série de nove módulos realizados durante nove meses – os homens participantes e a equipe técnica fizeram a avaliação do desenvolvimento do projeto por meio de declarações sobre o aprendizado, questionamentos e planos para o futuro.

 

Questionado sobre sua opinião acerca do projeto, C. H. M. M., de 33 anos, falou das dificuldades enfrentadas no início.

 

“No começo do projeto eu me senti penalizado por ter sido escolhido. Foi então que eu comecei a vir. Vim no primeiro módulo, e, a partir do segundo, eu percebi que o projeto não era uma punição, era, na verdade, um modo de esclarecimento para mim sobre todos os pontos que foram tratados nesses meses”, conta.

 

Segundo a psicóloga Cynara Veras, membro da equipe do NUPEVID, a oposição dos participantes foi um obstáculo eliminado ao longo do projeto.

“Era perceptível nos primeiros módulos a resistência através das falas de cada um. Porém, no decorrer do projeto, nós fomos verificando mudanças nos comportamentos, nas falas sobre a aceitação ao projeto e, sobretudo, com relação ao conteúdo abordado”, afirma a psicóloga.

 

Para a promotora Amparo Paz, coordenadora do Projeto Reeducar, os homens que participaram da experiência apresentaram grandes mudanças.

 

“Nós vemos hoje, aqui, homens que mudaram o seu pensamento. Onde antes havia um ideal machista e opressor, tomou lugar o respeito, a compreensão, e, acima de tudo, a busca por uma vida nova e a possibilidade de recomeçar. Tudo isso, é claro, foi alcançado com a intervenção do projeto, de nós que fazemos a equipe, mas, também, contou com um elemento fundamental: a força de vontade de cada um”, finaliza Amparo Paz.

 

mulher falando enquanto gesticula as mãos