Camisa com o símbolo do nupevid

 

Com o tema “O homem na atualidade: família, cultura e papéis sociais da mulher e do homem”, aconteceu, nesta terça-feira (24), o 2º módulo do projeto Reeducar: O homem no enfrentamento à violência contra a mulher.
 
Desenvolvido pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI), através da 10ª Promotoria de Justiça – órgão integrante do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), o projeto trabalha a reeducação de 15 homens envolvidos em contexto de violência doméstica, por meio de palestras e debates durante nove meses.
 
Palestras que estão ajudando José (nome fictício), de 35 anos, que trabalha como pintor, a construir uma nova visão sobre a relações de gênero. “Eu estou aprendendo muitas coisas aqui que vou levar para a minha família e dar um bom exemplo. Porque eu sei que errei, mas me arrependo e estou vendo que posso melhorar e tirar coisas boas desse aprendizado”, conta.
 
Neste módulo, ministrado pela psicóloga Cynara Veras e pela assistente social Núbia de Caldas, foram abordados aspectos de construção dos papéis sociais de gênero tradicionalmente repercutidos na sociedade, e de que forma eles podem ser alterados, tendo em vista uma cultura de igualdade.

Promotora Amparo Paz

 
“Aqui, nós tentamos mostrar que tudo é uma questão de cultura e que esses valores podem ser mudados. A transformação, é claro, vai depender deles, mas nós pontuamos vários aspectos sobre os quais eles podem refletir e mudar suas atitudes”, afirma a assistente social Núbia de Caldas.
 
Segundo dados do Nupevid, o órgão é responsável por mais de 25% dos processos criminais de Teresina, o que demonstra o alto índice de violência doméstica na capital e que corrobora a importância da denúncia.
 
“A denúncia é a principal ferramenta que nós dispomos para agir na defesa daquela mulher que está sofrendo a violência. Nós sabemos que ainda têm muitas vítimas silenciadas, mas as denúncias têm se tornado uma realidade mais frequente, e isso por conta do encorajamento e empoderamento das mulheres. Violência não é algo natural e não pode passar despercebida”, conclui a promotora de Justiça Amparo Paz, coordenadora do Projeto Reeducar.