A violência doméstica atinge mulheres de todas as idades, todas as classes sociais e independe de religião. Nesse sábado (9), a promotora Amparo Paz, coordenadora do Núcleo de Promotorias de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), participou da discussão sobre o tema, durante o Encontro de Mulheres da Primeira Igreja Batista de Teresina.
A promotora dividiu a mesa redonda “O contexto cristão e a violência doméstica contra a mulher” com o pastor da Igreja, Gilvan Barbosa, e com a advogada Adriana Carvalho. As estatísticas apontam que as mulheres evangélicas representam 40% das vítimas de violência. “Onde vocês se sentem mais seguras? Dentro de casa? Pois é exatamente onde a mulher sofre nove vezes mais violência. A violência psicológica é a mais grave, pois não é vista, causa temor e vai minando a autoestima da mulher”, explica Amparo Paz.
Durante o encontro, ela fez questão de ressaltar a importância da denúncia. “Hoje somos dois promotores aqui em Teresina atuando nesses casos. Trabalhamos tanto com o acolhimento da vitima, bem como com a prevenção, feita através dos nossos projetos sociais. É muito importante denunciar. Se não é você quem sofre a violência, mas conhece quem sofre, ligue para o 180. O serviço funciona no país inteiro”, diz a promotora.
Na programação do encontro, a advogada Adriana Carvalho, deu seu testemunho pessoal e incentivou outras mulheres a não permanecerem em relacionamentos abusivos. O pastor Gilvan Barbosa falou da atuação da Igreja nesses casos e também da importância em se denunciar os casos de agressão.
“Como pastor, ouço relatos de casais que me procuram, que passam por crises. Muitas vezes interfiro, me envolvo, e chamo o marido para conversar. A Igreja não é conivente com esse tipo de postura. É preciso interpretar bem o que diz a bíblia e não é esse tipo de submissão – que permite o marido agredir a esposa – que ela se refere. Também é importante que, antes de começar uma relação e assumir um casamento, você conheça bem seu parceiro”, finaliza.