Na manhã da última sexta-feira (31), a coordenadora do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) e do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Crime (NAVI) do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), promotora de Justiça Amparo Paz, realizou mais uma edição do “Papo na Obra”, uma iniciativa que busca sensibilizar e conscientizar trabalhadores da construção civil sobre violência doméstica. O público alvo foi de colaboradores da Construtora Macêdo Fortes.

Na ocasião, Amparo Paz reforçou que a sociedade inteira sofre com a violência contra a mulher. “Para se ter uma ideia, 30 mulheres sofrem agressão a cada minuto. A cada dia, três mulheres morrem vítimas de feminicídio. Além disso, uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, um crime altamente subnotificado”, revelou. Para ela, a solução é o engajamento da mulher para não permanecer em um relacionamento abusivo, bem como articular espaços de diálogo com homens, para que eles sejam multiplicadores da não violência contra a mulher.

O “Papo na Obra” é uma parceria entre o MPPI e o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário do Médio Parnaíba (Sitricom). Premiada em nível regional e nacional, a iniciativa completa 10 anos neste ano e busca promover a prevenção da violência contra a mulher para um público essencialmente masculino.

Para Antônia Rosa Soares, presidente do Sindicato, a parceria com o MPPI é importante porque a violência doméstica é um problema sério e os trabalhadores da construção civil estão inseridos neste contexto. “Nós entendemos que a melhor forma de combate à violência é a conscientização e a prevenção. Temos plena certeza que, com esse projeto, muitos trabalhadores se conscientizam sobre a necessidade de replicar essa ideia e todas as informações recebidas. A violência em si é um crime e repercute para todos, inclusive na família, trabalho e saúde pública”, analisou.

Keila da Costa Gomes, técnica em segurança do trabalho, comemorou a realização da palestra. “Sempre falo com a Antônia, do Sitricom, para trazer esse tipo de capacitação. Hoje, somos três mulheres dentro da obra, em um universo de 240 homens. Então, eles precisam entender o que é assédio e violência doméstica, bem como as consequências desses atos”, finalizou.