O Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do Núcleo de Práticas Restaurativas e Autocompositivas (Nupar), realizou na manhã dessa quarta-feira (03) o lançamento do projeto “Nupar – Reconstruindo Vínculos”. O momento aconteceu no auditório da Casa da Cidadania, localizado na Rua Mato Grosso, 268, bairro Frei Serafim.

A iniciativa tem como objetivo contribuir para a restauração e fortalecimento dos vínculos familiares de adolescentes em situação de acolhimento institucional de Teresina e o fomento da solução pacífica de conflitos. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcaspi) realizado em 2014, metade das instituições de acolhimento sob supervisão do município de Teresina apresentam capacidade de atendimento superior ao estabelecido pelas normativas nacionais.

Coordenadora do Nupar, Cynara Barbosa.

Com isso, a coordenadora do Nupar, Cynara Barbosa, ressalta que a intenção do projeto é construir parcerias com instituições de acolhimento, capacitar profissionais da rede de proteção em práticas restaurativas e reduzir o tempo de permanência de jovens nos abrigos. “Hoje, o Nupar traz a rede de proteção para a Casa da Cidadania com o objetivo de apresentar esse projeto que visa reconstruir vínculos com os familiares, seja avó, um tio, um cuidador, e trazer uma esperança para esses jovens. Assim, o Ministério Público atuará para auxiliar essa rede de proteção à infância e adolescência por meio da Justiça Restaurativa, tendo como prática os círculos de construção de paz”, comenta a coordenadora do Nupar, Cynara Barbosa.

Procurador-Geral de Justiça, Cleandro Moura.

Na oportunidade, o Procurador-Geral de Justiça, Cleandro Moura, falou sobre a necessidade da atuação conjunta, bem como da importância de fortalecer, através de projetos, a atuação ministerial na garantia de direitos na área da infância e juventude. “Esse é mais um projeto que o Ministério Público desenvolverá visando promover a justiça social. Certamente, será mais uma iniciativa exitosa que trará bons frutos para toda sociedade, afinal todos ganham ao resguardar o direito à convivência familiar de crianças e adolescentes”, disse o PGJ.

Corregedor-Geral do MPPI, Fernando Ferro.

Prestigiaram também a solenidade o Corregedor-Geral do MPPI, Fernando Ferro; a Chefe de Gabinete do PGJ, Cláudia Seabra; as coordenadoras dos Centros de Apoio Operacional de Defesa da Educação e da Cidadania (Caodec), Flávia Gomes Cordeiro, e de Defesa do Meio Ambiente (Caoma), Áurea Madruga; e a promotora de Justiça Naíra Junqueira.

Participaram também representantes do Núcleo de Justiça Restaurativa do TJPI, da Comissão de Direito Sistêmico e Justiça Restaurativa da OAB-PI, da Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania (SASC), da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcaspi), da Casa Punaré e do Conselho Tutelar.

Reconstruindo Vínculos e a Justiça Restaurativa

De acordo com o Manual sobre programas de Justiça Restaurativa (2020) do Conselho Nacional de Justiça, os programas de justiça restaurativa têm como fundamento a crença de que as pessoas envolvidas ou afetadas pelo conflito devem ter participação ativa na reparação do dano, amenizando o sofrimento causado e, sempre que possível, tomando providências para prevenir a sua recorrência.

Além disso, a Justiça Restaurativa valoriza a autonomia das pessoas e o diálogo entre elas, a fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos. Como metodologia, o projeto desenvolverá os Círculos Restaurativos. Essa prática, que tem como base um facilitador como coordenador, busca fazer com que cada pessoa possa falar e ser ouvida, com respeito, esclarecendo dúvidas e anseios sobre o fato que iniciou o conflito.

Psicóloga do Navi/MPPI falou sobre a importância dos Vínculos Familiares para Adolescentes Institucionalizados.