O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), por meio da 12ª e 29ª Promotorias de Justiça de Teresina, realizou visita ao projeto “Academia da Saúde” desenvolvido há sete anos pela Unidade Básica de Saúde (UBS) do Angelim, na zona sul de Teresina, nesta terça-feira (4). Como parte do projeto “Passos Firmes” do MPPI, o objetivo foi conhecer modelo de trabalhos de prevenção e tratamento de fortalecimento físico que possam ser replicados à prevenção de quedas de pessoas idosas.

Conforme o promotor de Justiça Eny Pontes, a “Academia da Saúde” tem grande potencial para ser reproduzida na rede pública de saúde. “Essa foi uma visita importante para conhecer o trabalho realizado pelo profissional de educação física Paulo Portela, que consegue, mesmo com grande dificuldade de estrutura, desenvolver um trabalho preventivo para a pessoa idosa. Constatamos a satisfação das pessoas que fazem atividade física aqui, mas precisamos provocar o presidente da Fundação Municipal de Saúde para dar mais condições de trabalho”, ressaltou o representante do MPPI.

Ele explica que o trabalho desenvolvido na USB do Angelim coincide com o projeto “Passos Firmes”, uma vez que auxilia na prevenção de queda de pessoas idosas. “Esse trabalho merece ser replicado em toda a rede de saúde pública pelos resultados adquiridos ao longo do tempo, com grande engajamento da comunidade local”, frisou.

O profissional de educação física Paulo Portela pontuou que o projeto “Academia da Saúde” desenvolve trabalhos de prevenção, qualidade de vida e reabilitação para quem já apresenta lesões ou desgastes. “Temos um fluxo variado, mas cerca de 80 a 100 pessoas frequentam as atividades, que acontecem duas vezes por semana, nos turnos manhã e tarde, sem limite de idade”, explicou.

Para ele, é importante incentivar a autonomia e independência dos usuários do serviço, criando rotina de atividade física a ser incorporada na sua rotina, de forma a evitar lesões. “Temos acompanhado senhoras que chegam com lesões como hérnias de disco, bursite, tendinite, joelho. Nessas situações, não conseguimos curar o desgaste, mas o fortalecimento muscular leva à redução da dor, a ter melhor qualidade de vida”, explicou.

Uma das pessoas beneficiadas pelos trabalhos realizados é a dona de casa Josefa Rodrigues de Souza, de 68 anos. Ela, que frequenta o projeto há cerca de dois anos, conta que sentia bastante dor no braço direito e havia percebido uma redução da sua massa muscular. “Eu não podia fazer nada em casa por causa da dor. Passei três meses sem tomar banho sozinha e hoje encontrei a saúde. As dores passaram e a vergonha que eu tinha de mostrar os braços também. Eu me sinto realizada”, comemorou.

Já Maria de Jesus Araújo, de 68 anos, era acompanhada de forma preventiva pela “Academia da Saúde” há cerca de sete anos. Ela conta que, em 2019, sofreu uma queda e passou a apresentar problema no joelho. “Hoje, a palavra é gratidão. Estou hoje muito realizada. Passei por cadeira de rodas, andei seis meses de bengala, e aqui encontrei pessoas maravilhosas que vêm me ajudando”, avaliou Maria de Jesus.

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