A Promotora de Justiça Tallita Araújo, com atuação nas comarcas de Marcolândia e Simões, e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde, Karla Daniela Carvalho, coordenaram uma reunião com o objetivo de promover ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti. A situação é particularmente preocupante em Marcolândia, onde está em curso um surto de febre chikungunya.
O encontro contou com a participação do Prefeito do Município de Marcolândia, de representantes da Coordenação Regional de Saúde de Picos, da Secretaria de Estado de Saúde (SESAPI), do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) e da Secretária de Saúde de Simões, dentre outros interessados. O Ministério Público está verificando, principalmente, se a atuação dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de controle de endemias está acontecendo regularmente. De acordo com o Prefeito de Marcolândia, o município conta com apenas sete agentes de controle de endemias. Contudo, relatório da Coordenação Regional de Saúde aponta que dois não estão exercendo suas atividades. Outra preocupação é a correta comunicação dos casos suspeitos ou confirmados de doenças tranmitidas pelo Aedes, através de sistemas específicos geridos pelo Ministério da Saúde.
Durante a reunião, também foi colocada a necessidade de trabalho integrado com os municípios vizinhos, até os do território do estado do Ceará, principalmente por conta da grande circulação dos vírus em alguns distritos de Araripina. Os gestores de Marcolândia e de Simões ressaltaram que outro grande problema enfrentado na região é a constante falta de água: as deficiências no fornecimento obrigam as pessoas a utilizar cisternas que acumulam água ou a manter reservatórios cheios dentro das residências.
O Ministério Público do Estado acionará oficialmente a SESAPI, para que o órgão estruture laboratório de coleta de material para exames de dengue, zika e chikungunya, ou terceirize o serviço, de modo que seja atendido todo o território Vale dos Guaribas, que é composto por 39 municípios. A SESAPI se comprometeu ainda a verificar se existe possibilidade de disponibilizar centrífuga e tubo de gel para Marcolândia. Os equipamentos são necessários para análise de amostras de sangue e outros materiais. Caso a SESAPI não possa fazer a aquisição, a Prefeitura de Marcolândia deve fazê-lo. O prefeito deve também intensificar as ações dos agentes de endemias, e exigir que os agentes comunitários de saúde ampliem as atividades educativas e as ações de eliminação mecânica das larvas do vetor.
Será realizada uma nova reunião no dia 18 de abril, na Câmara Municipal de Marcolândia, com a participação de do Secretário Municipal de Saúde e todo a equipe de atenção básica envolvida nas ações de combate ao Aedes aegypti: agentes de controle de endeminas, agentes comunitários de saúde, enfermeiros, médicos, técnicos e outros profissionais.